domingo, 16 de maio de 2010

EMPREENDEDORISMO, ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA

INTRODUÇÃO:

Este trabalho consiste no estudo das disciplinas de Empreendedorismo e Responsabilidade Social e tracejar um paralelo entre as disciplinas. O objetivo do trabalho é criarmos um projeto de Responsabilidade Social onde poderemos aplicar todo conhecimento adquirido nas aulas, destacaremos a empresa selecionada e seu ambiente, o público envolvido, ações que serão desenvolvidas, recursos envolvidos, cronograma de implantação e benefícios esperados, destacaremos a idéia de alguns autores.
A expressão de compromisso com as causas sociais incorpora-se como modelo de gestão estratégia empreendedora das empresas que estão sintonizadas às exigências do mundo globalizado em relação à sustentabilidade empresarial.
Este estudo pretende apresentar a responsabilidade social não como filosofia, técnica, modismo, gestão, ideologia, mas estratégia empreendedora que transforma uma organização, fazendo com que ela se torne mais competitiva, dinâmica, transparente, humana e ética. Assim poderemos entender que a responsabilidade social no ambiente organizacional deve ser tratada como oportunidade de desenvolvimento de uma estratégia de empreendedorismo.
Será sinalizada também a importância da responsabilidade social como estratégia empreendedora e a intenção das empresas em preservar a riqueza da vida humana renovando a esperança de um futuro digno e promissor. Expor a necessidade das organizações de estar sempre criando uma forma de inserir o cotidiano da empresa nas ações da sociedade.

DESENVOLVIMENTO:

O termo empreendedorismo, conforme Dolabela (1999) originou-se do francês entrepreneur, que no século XII era utilizado para designar aquele que incentivava brigas. A partir do século XVIII, os economistas Cantillon, em 1755, e Jean-Baptiste Say, em 1803, passaram a denominar de empreendedor aquele que identificava oportunidades de negócios e assumia riscos de realizá-los, que inovava e que era agente de mudanças. O austríaco Joseph A. Schumpeter, na década de 30, também apoiava esta linha de conceituação. Segundo Hisrich & Peters apud Dornelas (2001) o processo empreendedor possui quatro fases distintas: Identificar e avaliar a oportunidade, Desenvolver o plano de negócios, Determinar e captar os recursos necessários, e, Gerenciar a empresa criada.
O empreendedor é aquele que vê oportunidades e cria meios de promover inovação, cria mercado com uma oportunidade identificada, é um exímio identificador de oportunidades, sendo um indivíduo curioso e atento a informações, pois sabe que suas chances melhoram quando seu conhecimento aumenta. Existem três variáveis que determinam o sucesso de um empreendedor que são: a inovação, a capacidade para assumir riscos e a pro atividade.
A partir da pesquisa realizada com 399 empreendedores Dornelas(2007) identifica alguns tipos de empreendedores, que são: empreendedor nato: é aquele que possui habilidades natas, começa do nada e um exímio negociador. O empreendedor que aprende (inesperado): é aquele que aproveita a oportunidade que lhe é concedida e cria seu negócio próprio. Empreendedor Serial: São pessoas que se identificam com o negócio, gostam do que fazem e estão sempre criando. Empreendedor corporativo: São aqueles que identificam oportunidades dentro de uma empresa de inovar. Aplicando conhecimento ocorrem significativas mudanças no negócio ou estrutura corporativa, e destacamos ainda o empreendedor social: que seria aquela pessoa que promove ações voltadas para a qualidade de vida social, cultural, econômica e ambiental sob a visão da sustentabilidade. O empreendedor social começa identificando problemas. A partir daí promove mudanças que geram benefícios diretos e indiretos.
Diferenciamos o empreendedorismo social do empreendedorismo em si pelo fato deste não produzir bens e serviços para vender, mas tendo bastante ciência para resolver os problemas sociais, o foco das ações são estes problemas onde se busca soluções a curto, médio e longo prazo.
Melo Neto e Frois(2001) dizem que:
“Quando falamos de empreendedorismo social, estamos buscando um novo paradigma. O objetivo não é mais o negócio do negócio [...] trata-se, sim, do negócio do social, que tem na sociedade civil o seu principal foco de atuação e na parceria envolvendo comunidade, governo e setor privado, a sua estratégia.”

A responsabilidade social pode ser vista como estratégia para valorização de produtos, de recursos humanos, inserção da comunidade, promovendo a cidadania individual e coletiva. Pode ser vista ainda como um exercício para consciência ecológica.

Caracterização do ambiente analisado

A Infosys é uma empresa indiana do segmento de tecnologia da informação, especializada no desenvolvimento de softwares. Ela representa um dos mais fascinantes capítulos na história recente da arte do empreendedorismo na Índia. A empresa surgiu em 1981 com um capital de 250 dólares, recolhido por meio de uma vaquinha entre sete jovens engenheiros na cidade de Pune. No início, eles se reuniam na casa do mais velho da turma para escrever os programas de computador encomendados pelos primeiros clientes. Inaugurada ao estilo das companhias de tecnologia da Califórnia, no fundo de quintal, a Infosys tornou-se uma potência. É atualmente a segunda maior da Índia em sua área e uma das que mais crescem no mundo no mercado de tecnologia. Nos últimos sete anos, sua receita anual passou de 100 milhões para 2 bilhões de dólares. Atualmente, 98% da receita da Infosys é gerada pela exportação de serviços. Além de desenvolver softwares sob encomenda, a empresa administra transações de companhias que trabalham com gigantescas quantidades de dados e presta até consultoria estratégica. A sede da Infosys foi construída numa área de 320 000 metros quadrados e fica a 25 quilômetros do centro de Bangalore, no Vale do Silício indiano. Listada na Nasdaq desde 1999, seu valor de mercado gira em torno de 20 bilhões de dólares. A empresa possui subsidiárias em 18 países e emprega mais de 50 000 pessoas. A mais nova subsidiária da Infosys foi aberta no Brasil, mais precisamente em Belo Horizonte.
A responsabilidade social também se faz presente no dia-a-dia da Infosys. Utilizando a educação como principal ferramenta de desenvolvimento humano, a Infosys sempre buscou formas alternativas de multiplicar o seu capital intelectual junto às comunidades de baixa renda. Ela crê que o conhecimento é a principal ferramenta para o crescimento humano e assim como já o faz na Índia, ela pretende estender suas atividades sociais também para os brasileiros de baixa renda. Trata-se de uma proposta de inclusão digital, ou seja, oportunidades para que pessoas possam ter acesso a diversas tecnologias da informação existentes.

Objetivo do projeto social

Promover a inclusão social através da inclusão digital, ou seja, garantir conhecimento, educação e cultura a partir do uso de ferramentas de tecnologia da informação. Fomentar ações criativas e empreendedoras. Difundir a cidadania gerando novas oportunidades de trabalho e consolidar as redes sociais. Criar condições para promover a inclusão digital. Desmistificar as operações de um computador e promover o conhecimento das suas operações básicas de software e hardware. Explorar cursos na área de manutenção de computadores, no uso de ferramentas para escritório (planilhas eletrônicas, editores de textos) e também ao conhecimento e uso da internet.

Público envolvido

Será destinado a pessoas de várias idades pertencentes a grupos menos favorecidos da sociedade brasileira.

Ações a serem desenvolvidas

- Promover reflexões, debates e propostas a cerca do cotidiano da comunidade. Assuntos como saúde, educação, política, violência, drogas, abuso sexual, gravidez na adolescência, criminalidade e direitos humanos, dentre outros. Com isso incentivar o uso dos recursos tecnológicos para promover pesquisas e campanhas de conscientização nas comunidades.
- Desenvolver atividades com softwares educacionais e didáticos junto às crianças. Incentivar a leitura, o convívio social, a criatividade e o aprendizado. Apresentar à terceira idade as diversas ferramentas tecnológicas, inibindo-os do medo e desconfiança e incentivando-os a busca de novas oportunidades.
- Formar novos agentes multiplicadores e ministrar diversos cursos de informática, tais como: manutenção em computadores, ferramentas para escritório (editores de texto, planilhas eletrônicas, etc.), edição de vídeos, designer gráfico, redes de computadores, lógica de programação, linguagens de programação, aplicativos para documentação de software e processos de negócio.
- Demonstrar as diversas aplicações da internet e como canalizá-la a seu favor. Falar da internet como um todo, bem como suas diversas ferramentas: redes sociais (facebook, Orkut, twitter), blogs, emails, sites, mecanismos de busca, compartilhamento de arquivos (vídeos, músicas, fotos).
- Promover palestrar e seminário que demonstrem como canalizar os diversos mecanismos de tecnologia em prol do empreendedorismo.

Recursos envolvidos (humanos, materiais, financeiros e tecnológicos)

Inicialmente a Infosys, irá ceder 2 colaboradores do seu quadro funcional para as atividades de cursos de tecnologia da informação. Para as outras atividades (empreendedorismo, debates, alocação profissional, etc.) a Infosys pretende iniciá-las mediante parcerias a serem desenvolvidas junto aos seus stakeholders (clientes, fornecedores, etc.) e órgãos públicos.
A Infosys cederá 10 computadores usados, com softwares livres e em bom funcionamento. Cada um acompanhado de 10 mesas com cadeiras. Será disponibilizado internet com banda larga e equipamento de ar condicionado.
Inicialmente, serão disponibilizados mensalmente R$ 7.000,00 para suportar os custos fixos (aluguel, contas, limpeza, etc.) e a divulgação do projeto. Pretende-se angariar recursos financeiros, com serviços prestados, até que este possa ser totalmente auto-sustentável.

Benefícios Esperados para a organização e para o público alvo

Fazer das pessoas cidadãos ativos e mais bem informados, comprometidos com a mudança social e capazes de exercer o papel de agentes de transformação em suas comunidades, multiplicando as boas experiências. Conseguir alocação, ou realocação, profissional para os participantes do projeto.
A Infosys pretende trazer para o projeto social uma gama de pequenas atividades que hoje são feitas em sua cede. Tais como: desenvolvimento de atas, planilhas diversas, slides e relatórios, dentre outros. Outra atividade desenvolvida será a documentação de softwares e processos de negócio. Esta atividade de documentação é feita em massa na cede, pois é complementar ao negócio central da empresa que é desenvolvimento de software. A Infosys estará também de olho em novos talentos, principalmente no que tange a desenvolvimento de software. A Infosys acredita que desta forma, poderá aliar o desenvolvimento social
à redução de custos em sua cede.


CONCLUSÃO:

Concluímos neste estudo que as organizações estão identificando a importância da responsabilidade social como ferramenta de empreendedorismo, é possível estabelecer uma correlação entre os dois a assuntos a fim de promover o crescimento sócio econômico de uma sociedade e conseqüentemente da organização. Se observarmos as ações da empresa que apresentamos neste caso nota-se claramente o impacto positivo na relação de negócios proporcionada pelas ações de responsabilidade social implementadas em seu ambiente de atuação. A empresa objetiva atender uma necessidade clara de inclusão digital, e ao mesmo tempo proporciona a capacitação de pessoas que poderão em muito breve usar um produto ou serviço desenvolvido pela empresa, assim como monitorar o desenvolvimento de talentos que através de um aprimoramento pode fazer parte de seu quadro de colaboradores. Através de ações como estas as organizações cumprem um papel importante na sociedade e desenvolve o crescimento do seu capital humano.
A influencia que uma empresa exerce sobre a sociedade pode ser percebido não apenas quando ela consolida uma nova planta industrial, mas também como ela modifica o espaço urbano e o meio-ambiente, gerando mais empregos ou apoiando o desenvolvimento da sociedade preocupando –se com o bem estar não só da comunidade mas também de seus colaboradores.

Autores

Ranieri Bento de Souza – RU 198555
André de Melo Maciel – RU 418187
Ana Paula da Paixão Andrade - RU
Rosemeire Oliveira Campos Silva – RU 417137

5 - REFERÊNCIAS:

Sertek, Paulo Responsabilidade social e competência interpessoal / Paulo Sertek. – Curitiba : Ibpex, 2006.
Sertek, Paulo Empreendedorismo / Paulo Sertek. – 4. Ed. Ver. e atual. – Curitiba : Ibpex, 2007.
Sertek, Paulo Administração e planejamento estratégico / Paulo Sertek. Roberto Ari Guindani, Tomás Sparano Martins. - Curitiba : Ibpex, 2007.
Sertek, Paulo Empreendedorismo / Paulo Sertek. – 3.ed. ver. e atual. – Curitiba : Ibpex, 2006.
Dornelas, José Carlos Assis . Empreendedorismo: transformando idéias em negócios. Rio de Janeiro.: Campus, 2001.
Dolabela, Fernando Celso. O Segredo de Luísa. Belo Horizonte.: Cultura Editora Associados, 1999.
FREIRE, L. Empreendedorismo: fundamentos conceituais. In: ENCONTRO NACIONAL DE EMPREENDEDORISMO, III, Florianópolis/SC, 2001. Anais... Florianópolis: ENE, 2001
MELO NETO, Francisco Paulo de; FROES, César. Empreendedorismo social: a transição para a sociedade sustentável. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.